Embora seja inevitável, descubra algumas estratégias para amenizar esse momento desafiador.
Quem nunca se viu numa situação embaraçosa com seu filho gritando, se jogando no chão, chorando alto em meio a lugares públicos onde quem vê de fora imagina: coitada desta criança!
As birras são inevitáveis para o desenvolvimento infantil do seu filho e elas começam a partir dos dois anos de idade, quando a criança está aprendendo a sentir frustração e a manifestar, através de atitudes, que não gostou de algo.
Geralmente essa fase dura entre 2 e 6 anos de idade. Mas, em alguns casos, os ataques de birra podem se estender. Se isso acontecer, é importante observar e compreender se não existem fatores externos que estão causando essas atitudes, como mudança de casa, de escola, a morte de um parente querido ou de um animal de estimação e até mesmo a falta de diálogo em casa podem atrasar o desenvolvimento da criança. Neste sentido, a birra é uma das formas de pedir ajuda.
Mas, por que as birras acontecem?
Bem, a criança não tem maturidade para lidar com determinados sentimentos, em especial a frustração. Imagine que ela não tem vocabulário suficiente, nem autocontrole para expor seus sentimentos através de uma conversa. Por isso, essa explosão vem de maneira impulsiva, com choros, gritos e movimentos acelerados e intensos.
Toda vez que seu filho tiver uma demonstração de birra, sugerimos que você considere tal comportamento como um pedido de ajuda para que ele possa aprender a lidar com a frustração.
Está aí um momento oportuno para conversar com a criança, explicar que você entende que ela esteja chateada e que existem outras formas de demonstrar isso. É fundamental deixar claro para seu filho que não gostar de algo é comum e está tudo bem.
Muitos pais nos perguntam, mas tem como evitar a birra?
E a resposta é sim, mas vai depender muito de quanto você conhece o comportamento do seu filho para se antecipar diante de alguns sinais. Vamos lembrar que o ataque de birra começa muito antes dos berros e da agitação. Pode ser uma demonstração porque não teve algo na hora que quis, o cansaço e a irritação por sono ou fome, entre outros sinais que toda criança dá, especialmente em lugares agitados.
Tendo os primeiros sinais, se antecipe e comece a negociar com ela de acordo com a idade, claro. Imagine essa situação: seu filho tem entre 2 e 4 anos de idade, estão no shopping ele pede um brinquedo que você não tinha cogitado em comprar, seja sincero e diga que hoje não vamos comprar, mas que podemos comprar numa data festiva (como o aniversário), ou se preferir, proponha outro brinquedo mais barato, e se não puder comprar, fale a verdade.
Se seu filho tem 2 anos, é mais fácil direcionar sua atenção para outros ambientes ou brinquedos logo que os sinais aparecerem. Se já for um pouco mais crescido, outra atitude interessante é convidar a criança a contribuir com algo, seja ajudar a escolher os ingredientes na feira ou procurar uma loja no shopping, por exemplo. Inseri-la de maneira saudável e fazê-la se sentir útil são estratégias excelentes para interagir e distrair a criança.
Mas lembre-se, não adianta brigar com a criança e nem ser firme demais no momento da birra. O cérebro estressado não aprende!
Dicas práticas que você pode adotar
Não grite e mantenha a calma sempre porque afinal você serve de modelo para seu filho e quanto mais calmo ficar, mais rápido a situação vai se resolver.
Desvie o foco do seu filho. Como ele está irritado e nervoso, evite conversar muito na hora. Melhor falar menos e agir mais. Sabia que até os 5 anos, a criança não consegue manter a concentração nas palavras por mais de 30 segundos? Por isso mesmo que não adianta falar muito.
Quando perceber que ela se acalmou, dê um abraço bem gostoso para acolher e mostrar que está tudo bem.
Segurança em primeiro lugar! Se o seu filho estiver em um lugar perigoso, retire-o de lá imediatamente, não importa a intensidade do berro dele.
Dica de ouro
Criança precisa ter rotina! Sabe por que? A rotina ajuda a criança saber o que vai acontecer, e isso exclui qualquer sentimento de ansiedade ou de criar falsas expectativas. Além disso, quando a criança tem rotina, ela aprende o que pode e o que não pode fazer, sentindo-se segura e em paz.
Quando sair para lugares públicos, converse previamente o que pode ou não pode ser feito. E passe a lembrar desses combinados quando estiver no lugar, caso seja necessário. Como por exemplo, se for ao shopping, já se antecipe e deixe claro porque estão indo ao shopping e o que vão fazer lá.
Outra dica é ensinar seu filho a ouvir não! Crianças que nunca são contrariadas tendem a ser mais infelizes na vida adulta, afinal a vida não vai dizer sempre sim para seu filho. Por isso, o “não” é com certeza um limite necessário na vida de todos nós.
Essas e outras dicas também são praticadas aqui na Sapequinha. Acolher a criança e ensiná-la a manifestar suas vontades de outras formas fazem parte do desenvolvimento emocional.
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